Na qualidade de coordenadores de Milplanaltos, cumpre-nos dizer que damos por concluída aqui esta aventura que começou exactamente a 11 de Abril de 2011. A ideia, como estarão há muito cientes, sobretudo aqueles que nos têm acompanhado, foi a de mostrar, fundamentalmente, a inoperância da disciplinaridade e do enfeudamento (dir-se-ia uma das debilidades das especialidades e especializações académicas), e mostrar não apenas como uma parte considerável do trabalho de investigação no presente detém uma configuração interdisciplinar, mas também, e sobretudo, mostrar como pode ser fertilizador criar zonas de contacto entre olhares e produções já de si multiformes, híbridas, ou, na margem.
Na margem do discurso, na margem dos saberes territorializados, axiomáticos e instituídos, mas também na margem de poderes e encenações de poder que habitam hoje o centro da academia e que lhe roubam as suas linhas de fuga, as suas possibilidades de experimentação, em suma, de criação.
Gostaríamos de agradecer muito sentidamente a todos os que nos apoiaram ao longo deste período de tempo. Gostaríamos de agradecer ao Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (na pessoa da sua directora, Prof. Cristina Padez), à Casa da Escrita (nas pessoas do Prof. José Carlos Seabra Pereira e Dr. João Rasteiro), ao Museu da Ciência da UC (nas pessoas do Prof. Paulo Gama, seu director, e da nossa querida amiga, a Prof. Carlota Simões, vice-directora do MC, que foi inexcedível ao longo destes meses), a Marisa Leiria, a Isabel Pires e a Francisco Pires. Uma palavra de agradecimento vai também para o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (na pessoa de Carlos Antunes, seu director) e para o Núcleo de Estudantes de Antropologia do Departamento de Ciências da Vida da UC.
Gostaríamos de agradecer o extraordinário livro de Gilles Deleuze e Felix Guattari, Mille Plateaux, publicado em 1980, que constitui um tool kit maravilhoso para o conhecimento renovado do mundo, que coloca no seu centro uma ideia poderosíssima de liberdade e de movimento que encontrará sempre os seus luminosos cúmplices. Não podemos deixar de destacar também todos aqueles que, com o seu talento e criatividade nos brindaram com comunicações notáveis, que, muitas vezes, deram origem a textos que poderão ser encontrados neste nosso site e também sob a forma de dois cadernos que, noutro contexto, teriam constituído os primeiros elementos de uma belíssima colecção de ensaios.
Luís Quintais e Ana Pires Quintais