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Sunset TVs
ambiguidade e lucidez na obra de arte
Recuando ao título de uma exposição minha de há alguns anos e de uma canção que fiz com o João Taborda, encontro um possível mote para um percurso pelas minhas exposições mais recentes.
De facto, cada título de uma pintura, exposição, canção, vídeo, pode assumir um sentido particular e absoluto como tradução da experiência estética.
Sendo dada uma obra de arte, esta manifesta a sua condição de catalisadora de sentido, na possibilidade da coexistência de um puro devir de possibilidades, com um sentido unitário, uno, que a própria ideia de composição sempre traduziu ao longo da história da pintura.
O formato de canção como obra de arte, no contexto das artes plásticas, é encontrado como também sendo uma alternativa ao discurso de reflexão sobre arte. Não propriamente como ironia, explorando sobretudo as qualidades da ambiguidade enquanto possível instrumento de lucidez.
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António Olaio, artista plástico, nascido em 1963, Sá da Bandeira, Angola. Vive em Coimbra. Professor no Curso de Arquitectura e no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Investigador do Centro de Estudos Sociais.
Das suas publicações são de salientar os livros “Ser um indivíduo chez Marcel Duchamp” e, sobre a sua obra, “I think differently, now that I can paint” (editado pelo Centro Cultural Vila Flor, Guimarães), “Brrrrain” (editado pela Culturgest, Lisboa) e “O artista é um readymade retificado” (João Pinharanda, editora Mimesis).
Exposições individuais mais recentes: 2012- Square feet, Sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra; 2011– This widow is blocking my Windows, Museu do Chiado, Lisboa ; Shall I vote for Elvis?, Teatro Municipal da Guarda ; 2010- La Prospettiva is sucking reality, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira ; Na cátedra de S. Pedro, Museu Grão Vasco, Viseu ; 2009 – La prospettiva, Mario Mauroner, Viena ; Brrrrain, Culturgest, Lisboa ; Crying my brains out, Filomena Soares, Lisboa ; 2007 – I think differently now that I can paint, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães ; 2006 – Under the stars, ZDB, Lisboa ; 2005 – Pictures are not movies, Filomena Soares, Lisboa ; 2004 – 40 years in a plane, Kenny Schachter conTEMPorary, Nova Iorque. I’m growing heads in my head, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra ; 2003 – You are what you eat, Centro Cultural Andratx, Palma de Maiorca, 2002 – Telepathic agriculture, Galerie Schuster, Berlin e Frankfurt ; 2001 – Foggy Days in Old Manhattan, Galeria Filomena Soares, Lisboa. Slow Motion, António Olaio, antologia da sua obra em vídeo, ESTGAD, Caldas da Rainha.
Participou em festivais de performance em Portugal, Alemanha, Holanda, França.
Foi um dos fundadores do grupo Repórter Estrábico com o qual editou o álbum Uno dos.
Com o músico João Taborda (António Olaio & João Taborda) editou o CD Loud Cloud pela Lux Records de Coimbra, 1996, o CD Sit on my soul, pela editora Nortesul, Março de 2000 e o CD Blaupunkt Blues pela Lux Records de Coimbra, 2007.