Se, segundo o seu biógrafo Ray Monk, a primeira pergunta com a qual Wittgenstein chocou, aos catorze anos – já que ele repete várias vezes que não procura os problemas, os problemas é que vêm ter com ele atrapalhando a sua vida – porque dizer a verdade se me é conveniente mentir? Então há duas coisas a notar: primeiro, não é por acaso que se trata de um problema prático, ético, e não teórico, e, segundo, é uma pergunta que impõe ser respondida não de maneira filosófica, segundo alguma regra de uma qualquer teoria Ética, à qual Wittgenstein nega a possibilidade de existir, mas de uma maneira religiosa: Não devo mentir porque isso fere o divino em mim.
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Pedro Paixão_Pedro Paixão nasceu em Lisboa no mês de Fevereiro de 1956. A mãe, farmacêutica, nasceu em Pawtucket, Rhode Island, E.U.A. O pai, engenheiro agrónomo, nasceu na Abrunhosa do Mato, uma aldeia da Beira Alta. Tem uma irmã e uma sobrinha. É casado pela quarta vez e tem um filho. Foi aluno do liceu francês Charles Lepierre, do liceu Pedro Nunes e frequentou durante três anos o Instituto Superior de Economia. Estudou em Lovaina e Heidelberga, entre outras disciplinas, Filosofia, tendo-se doutorado aos 29 anos. Trabalhou para a fundação do semanário ‘O Independente’ que abandonou ao sétimo número. Em 1989, com Miguel Esteves Cardoso, fundou a agência Massa Cinzenta, Empresa de Ideias da qual foi sócio gerente até 1995. Foi professor de Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, mas desistiu da carreira académica. Publicou 21 livros e 2 álbuns de fotografia. Escreveu dois textos para teatro e um para ópera. Começou a escrever guiões para filmes. Nunca recebeu qualquer prémio, nem foi escolhido para representar o seu país. Foi membro de uma organização política clandestina que abandonou em 1974, pouco tempo depois de ser legalizada. Nunca votou. Não é membro de qualquer associação, clube, partido ou irgeja. Nada no mar quase todos os dias do ano.
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