Há 13 anos criamos na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) um curso chamado Comunicação das Artes do Corpo. Até então, não se usava esse termo, hoje já tão disseminado.
Embora não existisse na proposta do curso uma implosão radical das diferentes linguagens ou gêneros artísticos que faziam parte das Artes do Corpo (a dança, o teatro e a performance) a idéia era apostar nas contaminações. Como a própria nomeação sugeria, o que havia em comum entre as diversas experiências era a ênfase no corpo. Ele não seria um instrumento dos sujeitos e das propostas, mas o ponto de partida das experiências, tanto na sua materialidade como nas suas possíveis representações. Continuar a ler
Três portugueses e um belga de origem portuguesa, nascidos nos anos 40 do século XX e cujos caminhos se cruzam em Bruxelas, combinaram reencontrar-se na terra de ninguém entre a memória e o esquecimento, os tempos e os espaços em que o futuro foi uma realidade: o Estado Novo e a guerra colonial que todos recusaram, escolhendo a experiência amarga e enriquecedora do exílio; a oposição à ditadura, vivida por cada um de diferentes modos e com diferentes expectativas; as miragens da evolução e da democracia e, encerrado o ciclo do império, o regresso de Portugal ao rectângulo europeu. Em torno da integração política na Europa e das turbulências do início do terceiro milénio reacendem-se os debates do passado revisitado. O diálogo aguça e lima arestas, contradições, interrogações. Chegou a hora de cada um se dedicar a cultivar o seu jardim? Será a Utopia ainda possível ou mais do que nunca nefasta? Quem vence a partida: o descobridor de novos mundos ou o Velho do Restelo?
Amadeu Lopes Sabino (Elvas, 1943). Foi advogado, jornalista e docente universitário em Portugal. Exilou-se na Suécia na fase final do Estado Novo. Funcionário da União Europeia,em Bruxelas, a partir de 1984. Conselheiro do presidente da Comissão Europeia para as questões institucionais. Ficcionista e ensaísta.
Manuel Paiva (Porto, 1943) naturalizou-se belga em 1972. Físico, exilou-se na Bélgica em 1964. Professor honorário da Universidade Livre de Bruxelas, onde leccionou e dirigiu o Laboratório de Física Biomédica. Autor de obras de divulgação científica.
José Morais (Lisboa, 1943). Neuropsicólogo, exilou-se na Bélgica em 1968. Professor emérito da Universidade Livre de Bruxelas onde leccionou Psicologia Cognitiva e dirigiu o Laboratório de Psicologia Experimental. Ensaísta e romancista.
Jorge de Oliveira e Sousa (Lisboa, 1945). Politólogo, exilou-se em 1966. Assistente da Universidade Católica de Lovaina, funcionário da Organização das Nações Unidas, posteriormente director-geral da Comunicação na União Europeia e professor no Colégio da Europa (Bruges). Docente do Colégio Europeu.
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